HQs: The Walking Dead - O Desabafo

9 de maio de 2013



Estou de volta depois de quase um mês sem a minha linda coluna sobre HQs aqui no blog. Bom, acho que agora a coluna será mensal justamente por eu estar com pouquíssimo tempo e publicando muitas ideias de uma vez só, intervalos de uma semana... Gostaria de poder ter mais tempo e elaborar algo legal e didático para mostrar a vocês. E claro, talvez prender vocês com a espera. Por favor sejam pacientes e não me matem.

Estava precisando desabafar algumas coisas...

Amor à primeira vista


O ano era 2008 e eu estava loucamente necessitando de algo novo no meu mundo quadrinhesco. Estava descontente com algumas histórias que acompanhava – falta de criatividade e novidades de alguns autores e editoras. Confesso também que eu tinha pouca relação com romances gráficos bem mais complexos e trabalhados - só tinha lido os mais famosos e mais ligado a super-heróis. E também fora do contexto e formato que eu sempre procurava. Sempre fui leitor assumido dos quadrinhos da galera com super poderes, isso é fato e, já discuti sobre isso em velhas colunas minhas aqui mesmo no blog.

Poucos mangas, mas ainda sim também os lia. Tirinhas... Sempre fui de consumir aonde quer que elas estejam: por serem rápidas e inteligentes. Mas ainda sim precisava de algo novo naquele momento. Eu sentia que precisava testar outros gêneros. Outros tipos de histórias, de milhares ou se não milhões, que eu sabia que existiam por aí. Um quadrinho independente, com poucos fundos e pouca divulgação ou até mesmo um que pertencia alguma editora ELITE do mercado. Eu realmente precisava de algo novo naquele meu universo...

Foi então que eu o encontrei...


No primeiro momento uma pequena voz mental exclamou na minha cabeça “MEU DEUS, ERA TUDO O QUE EU PRECISAVA AGORA!” e logo que virei à última página eu conclui que começava ali o melhor quadrinho em série que eu já tinha acompanhado na vida. Sei exatamente que ainda é muito cedo para fazer essa afirmação, pois ainda sou jovem e muitos quadrinhos virão para minha vida... Mas eu precisava afirmar aquilo para mim mesmo e naquele exato momento.

Olha, entenda bem o que eu estou escrevendo aqui: Nunca e JAMAIS jugue um plot de uma história sem nunca ter experimentado aquele trabalho. Você pode estar diante de algo grandioso que, futuramente poderá ser adotado e adicionado a sua linha “cultural” e significante, popularmente falando.

The Walking Dead



Vou contar como eu cheguei até ele... Foi mais ou menos assim: Sou fã assumido do mestre Romero. Mas muito fã mesmo! De “mato ou morro por você”. Sou tiete do cara e o defendo de todas as maneiras possíveis. Ele é um gênio não só por seus trabalhos, mas poder ter um significado tão grande no meu quase-futuro ou desejável formação pessoal e quem sabe profissional. O cara é uma referência ENORME para mim!

Se você não o conhece, saiba que ele é responsável por um “BOOOM!” no cinema, uma parcela significante e especialmente no gênero “HORROR MOVIE” e por dar a graça do que você hoje deve conhecer por FILMES DE ZUMBIS.
A cada ano, em um dia, eu dedico o meu tempo para rever os filmes do George. Não pelos zumbis, mas pela tensão e carga dramática que esse mesmo homem consegue por em todos os seus trabalhos – pelo menos eu vejo isso em TODOS, eu disse “TODOS”, os seus filmes. Os zumbis ali são um segundo plano... É claro que aquelas criaturas mortas e esfomeadas por cérebro humano quentinho é também a grande sacada, mas são bem divididas com os outros elementos da história. E isso é o que mais me impressiona nesse cara... Depois de tanto tempo eu ainda me impressiono!



Final de 2008 e ali o comecinho de 2009 o velhote Orkut ainda reinava e todos usavam. Eu não fazia nada da vida a não ser só estudar no colégio de manhã. Passava o restante do dia me dedicando a leitura, videogames, televisão e essas coisas que pessoas sem nada para fazer o restante do dia faz. Eu passava – e ainda passo – muito tempo na Internet. E logicamente passava quando ainda tinha um “profile” no Orkut. O que fazia na Internet para falar a verdade era ir mais ao fundo à “socialização virtual”, mas tudo anonimamente. Eu gostava de visitar muitos fóruns de vários tipos e que abordavam vários assuntos – cheguei até participar de um fórum sobre fisiculturismo e vida saudável quando eu frequentei por algum tempo uma academia, mas foi tudo coisa do momento, sabe?

E foi exatamente por um fórum “XIS” sobre quadrinhos, filmes e jogos (que eu não lembro o nome, não deve nem existir mais) e também por meio de comunidades do Orkut, que eu encontrei o quadrinho “The Walking Dead”.
Foi tipo “reunir o útil ao agradável”. Imagina só um quadrinho sobre APOCALIPSE ZUMBI?! Eu me derreti por dentro. Sério, eu adotei aquilo.

The Walkin... Oi?


“The Walking Dead” é um quadrinho de 2003 - sim, ele é meio velhinho - publicado pela editora IMAGES COMICS (a mesma do meu queridinho Spawn), pelas mãos do NEM TÃO MAIS LEGAL Robert Kirkman e o desenhista mega-fodônico Tony Moore (sdds desenho bom).
Resumidamente o que eu posso explicar sobre a trajetória do quadrinho até aonde hoje se encontra e, muito bem, é que ninguém dava uma foda para The Walking Dead no começo. O mais legal de tudo é que TWD é uma série que aprendeu com o tempo e foi crescendo assim... Consequentemente. Anos depois a série cresceu. Anos. Depois.



Nessa época, a cada lançamento, as edições eram esgotadas em poucos dias. E com todo esse mega-olhar para o trabalho de Kirkman, é claro que concorreu e garantiu um Prêmio Eisner em 2010.

Mas que pena que tudo isso foi lá fora...

Braziu-ziu-ziu...


Olha se tem uma coisa que eu odeio são editoras responsáveis por um trabalho legal que não se comprometem em entregar algo 100% normal e funcional para o seu cliente. Em 2006 uma editora brasileira “pequena” chamada “HQM” comprou os direitos para vender os quadrinhos aqui em solo brasileiro.

Ponto aí: isso foi legal pra caramba!

Tira o ponto aí: PUBLICAR UM QUADRINHO QUE FAZIA SUCESSO LÁ FORA EM EDIÇÃO CONJUTA DE OUTRA EDIÇÕES SOLOS POR UM PREÇO “CARO” (ok aí, eu até entendo. Realmente entendo mesmo. A ideia era conseguir alcançar as edições lá fora? Bom até hoje eu não sei a resposta... o meu e-mail de anos deve estar mofando na caixa de entrada da editora, não foi respondido). 
 Mas o problema maior aí nem era isso... era na verdade o tempo, o intervalo que a editora demorou para publicar o seguinte “VOLUME” do seu anterior. Demorou anos!



Quando comecei a ler The Walking Dead foi pela internet... No modo digital mesmo... Me sentia mal com isso. Tinha um sentimento grande em colecionar coisas e com The Walking Dead isso nunca foi possível. Juro que tentei e cogitei comprar as edições da editora brasileira HQM, mas fiz a minha pesquisa antes e decidir não comprar. Também já estava em edições bem distantes do que a HQM publicava aqui. Tudo isso em 2009.
Enfim, eu nunca comprei nada. Sempre li The Walking Dead pelo meu computador.  Até que tentei comprar, confesso. A edição estrangeira é claro. Mas era caro e difícil de encontrar aqui. E eu queria as primeiras edições para fazer coleção.
Não achei... Na verdade eu achei pelos porões de pesquisa da Google e Ebay por MILHÕES DE DINHEIRINHOS.



Eu não compro nada. Tem que ser alguma edição em especial um algo que eu realmente desejo ter em mãos e na minha estante. Porque de resto... Eu conheci o mundo do quadrinho digital e não existe algo mais belo, eficiente e acessível que isso.

Não são apenas zumbis


Foi rápido o meu entendimento com o quadrinho: Um xerife da polícia, morando em uma cidadezinha qualquer, prendendo bandidos, família feliz... E BAAAAM! Um apocalipse zumbi rolando enquanto ficava em coma no hospital por causa de uma infelicidade no trabalho. Mas não era só isso não... Romero veio aos meus sonhos e disse para mim... Cara, eu não vou estender a história até aonde se encontra, pois já está um pouco distante e isso aqui não é uma resenha, é apenas um desabafo chatinho de fã. Mas a cada começo de mês, quando lança a edição referente ao momento, assim que eu faço o download e adentro aquele universo, eis o que aquilo representa para mim e o que eu sempre mentalmente digo. É como um mantra...


“The Walking Dead fala de sentimentos, relações humanas, indiferenças, problemas pessoais e sociais. E o mais importante, sobrevivência, Os zumbis são meros segundo plano da obra, mas que também  colaboraram com a toda a tensão e drama, complicando mais ainda a vida de todas as personagens.


Confesso que já me emocionei lendo esse quadrinho, de lágrimas caírem. De emoção e tristeza. Kirkman e Moore conseguiram construir algo tão sensacional e complexo que depois de tantas edições você começa a perceber e a se preocupar, não com aqueles personagens principais, os mais apresentados, mas sim com cada detalhe daquele universo. A complexidade e os detalhes ricos de The Walking Dead foram construídos consequentemente por tudo que envolveu a obra. Sim, você percebe que não são apenas zumbis e humanos tentando sobreviver em um ambiente hostil e caótico. Mesmo que a sobrevivência naquele cenário seja necessária... Tem algo a mais constituindo The Walking Dead que é... Inexplicável. Só lendo mesmo para entender o que digo. E por favor, faça esse favor...

Leia The Walking Dead.


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